quarta-feira, 30 de março de 2011

Encontro para Planejamento com Professores (as) da EJA




Aconteceu no dia 30/03 encontro com os (as) professores (as) da Eja seguindo calendário Pré- estabelecido pela gestão da escola , em que contempla encontros de formação e planejamento com os (as) professores (as) da Educação de Jovens e Adultos garantindo assim um espaço para discussões, organizando nossa rotina pedagógica no turno noturno. O professor Leandro Gestor Adjunto da escola , conduziu o encontro trazendo o texto " Papos" de Luís Fernando Veríssimo, leitura essa que foi feita pela Professora Lourdes da 2ª fase do I segmento, após a leitura foram dados alguns informes , os diários de classe foram apresentados pelos professores atualizados para um acompanhamento mais eficaz da frequência dos alunos, e dando continuidade a pauta foi definido o projeto didático a ser trabalhado com os nossos alunos da Eja, depois de muitas discussões e sugestões foi definido o Projeto São Luís: a caminho dos 400 anos", com esse projeto nossa escola sai na frente nas comemorações dos 400 anos de fundação de São Luís, nele será trabalhado de forma interdisciplinar vários aspectos de caráter: histórico, cultural, religioso, político, social, ambiental da ilha de São Luís, trazendo muito conhecimento aos alunos e interação com nossa cidade. Estiveram presente no encontro : Professor Leandro, Professor Antônio, Professor Idamac, Professora Juliene, Professora Francilene, Professora Ana , Professora Lourdes.


Papos

Luis Fernando Veríssimo*

– Me disseram…

– Disseram-me.

– Hein?

– O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.

– Eu falo como quero. E te digo mais… Ou é “digo-te”?

– O quê?

– Digo-te que você…

– O “te” e o “você” não combinam.

– Lhe digo?

– Também não. O que você ia me dizer?

– Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?

– Partir-te a cara.

– Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me.

– É para o seu bem.

– Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu…

– O quê?

– O mato.

– Que mato?

– Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?

– Eu só estava querendo…

– Pois esqueça-o e pára-te. Pronome no lugar certo é elitismo!

– Se você prefere falar errado…

– Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem me?

– No caso… não sei.

– Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?

– Esquece.

– Não. Como “esquece”? Você prefere falar errado? E o certo é “esquece” ou “esqueça”?

Ilumine-me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos.

– Depende.

– Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas não sabes-o.

– Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.

– Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas dás. Mas não posso mais dizerlo-te o que dizer-te-ia.

– Por quê?

– Porque, com todo este papo, esqueci-lo.

Fonte:
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p.65.



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